
A Deep Atomic, desenvolvedora de pequenos reatores modulares (SMR), apresentou ao Gabinete de Energia Nuclear do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) uma proposta pioneira: a construção do primeiro campus de data center de inteligência artificial totalmente integrado e alimentado por energia nuclear no país. O projeto seria instalado no Laboratório Nacional de Idaho (INL), em Idaho Falls, um dos principais centros de pesquisa em tecnologia nuclear dos EUA.
O empreendimento é liderado pela Deep Atomic em parceria com um amplo consórcio de empresas, incluindo Parker Tide LLC, Clayco, Gleeds, Paragon Energy Solutions, EvapCo Dry Cooling, Bedrock Labs, Azimuth Renewables, Future-Tech e MoonliteAI. A proposta prevê a criação de um campus integrado de energia e data center, com possibilidade de início das operações entre 24 e 36 meses, utilizando inicialmente energia da rede, geotérmica e solar. Esse modelo em fases permitirá que o reator MK60 avance em certificação, fabricação e comissionamento.
O SMR MK60: projetado para cargas de IA
O SMR MK60, desenvolvido pela Deep Atomic, é um reator modular de água leve com capacidade para gerar:
- 60 MW de eletricidade,
- 60 MW de refrigeração integrada,
- 200 MW de energia térmica.
Segundo William Theron, CEO da Deep Atomic, o MK60 foi projetado especificamente para atender às demandas crescentes de inteligência artificial e computação de alto desempenho (HPC).
“Não se trata de uma usina reaproveitada, mas de um SMR de saída dupla, construído para computação. Ao combinar eletricidade limpa e refrigeração integrada, desbloqueamos novos níveis de eficiência e resiliência”, afirmou.
Um modelo para o futuro da infraestrutura de IA
Se aprovado, o projeto poderá se tornar um local de demonstração nacional para futuras infraestruturas de IA movidas a energia nuclear, servindo como referência para:
- campi federais,
- laboratórios nacionais,
- provedores de nuvem,
- e operadores privados.
A arquitetura modular da série MK também permitirá expansão futura por meio da instalação de novos reatores e blocos adicionais de data center.
Shane Todd, diretor sênior de programa da Parker Tide, destacou a relevância do momento:
“Os EUA não podem atender às suas ambições estratégicas em IA sem uma fonte de energia limpa, robusta e escalável. Integrar energia nuclear avançada à infraestrutura de IA em hiperescala é um passo decisivo — e o INL é o lugar ideal para essa estreia.”
Integração com iniciativas federais
A proposta surge em um momento estratégico para o setor nuclear dos EUA. Em agosto, o INL foi anunciado como sede do Programa Piloto de Reator Nuclear do DOE, que apoiará a construção e operação de reatores avançados. O Departamento selecionou 11 projetos para participar da iniciativa, com previsão de que ao menos três reatores alcancem criticidade até 4 de julho de 2026.
A Deep Atomic enfatiza que o MK60 é adequado para todo o espectro de aplicações de data centers — de serviços tradicionais de nuvem a operações de criptomoedas e sistemas avançados de IA — consolidando o papel da tecnologia nuclear como plataforma estratégica para o futuro da computação de alta escala.
Fonte: Data Center Dynamics



